Em 15 de dezembro de 2005 a cidade de Belo Horizonte foi presenteada com o Museu de Artes e Ofícios. Esse importante espaço cultural apresenta um acervo único que revela a história do trabalho no Brasil pré-industrial e representa uma iniciativa de valorização e requalificação do centro da cidade. Os resultados dessa iniciativa vêm fortalecendo o potencial cultural da capital mineira e a preservação do patrimônio localizado na Praça da Estação e seu entorno.

Atento à importância que um museu tem para a sociedade de restituir ao povo sua rica memória, o Museu de Artes e Ofícios expõe mais de 2.000 peças dos séculos XVIII ao XX que compõe o seu acervo, dividido em ofícios diversos, como transporte, comércio, mineração, conservação e transformação dos alimentos, ambulantes, dentre outros. A coleção particular da empreendedora e presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, Angela Gutierrez foi doada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) quando do lançamento do MAO, tendo se constituído um patrimônio da União.

O Museu de Artes e Ofícios revela dados de períodos distintos da nossa história e a conexão entre estes séculos se dá nas galerias criadas nos prédios históricos da Praça da Estação que foram completamente restaurados e ganharam ares de modernidade. O projeto museográfico de Pierre Catel contemplou a interação direta do Museu com os usuários das plataformas de trem.

O projeto museológico permite ao visitante relacionar a história do trabalho às relações sociais daquele Brasil passado, provocando reflexões e indo além, oferecendo nos quiosques multimídias informações mais aprofundadas sobre as profissões e suas transformações até os dias atuais. Todas as peças do acervo estão devidamente catalogadas, inventariadas e disponíveis em banco de dados.

Reconhecer a arte que existe no ofício artesanal dos trabalhadores, protagonistas de um Brasil pré-industrial é compartilhar a riqueza de uma história que nem sempre se conta nos livros oficiais. O Museu de Artes e Ofícios é esse lugar de memória, de valorização e divulgação das profissões e principalmente do trabalhador brasileiro.

É assim que o MAO busca manter-se como uma instituição viva e dinâmica, integrando suas ações museológicas à iniciativas educativas e culturais e se confirmando como importante centro irradiador de várias realizações culturais.

Exposições
Construído numa área com 9,2 mil metros quadrados, o Museu de Artes e Ofícios abriga a exposição permanente e também realiza exposições temporárias. “Camille Claudel: a sombra de Rodin” e “Da cabaça, o Brasil: natureza, cultura e diversidade” foram as exposições temporárias promovidas pelo MAO em 2007. Estas exposições geraram dois importantes catálogos, parte deles distribuído gratuitamente à instituições de educação e cultura de todo o Brasil.

Além destas exposições promovidas pelo MAO, o setor de museologia realizou o acompanhamento e supervisão de todas as exposições temporárias organizadas por terceiros no espaço do museu, a saber: “Gênesis”, do fotógrafo Sebastião Salgado; “Juventude e Leis”, exposição do Projeto Fica Vivo; “Ilustrando em Revista” e “Isumavut – a arte de nove mulheres do Ártico Canadense”.

Catálogos
No início de 2008 será lançada a coletânea de catálogos do MAO. Esta coletânea é composta por seis módulos correspondentes às áreas temáticas da exposição permanente do MAO: Ofícios do Transporte; Ofícios Ambulantes, mais Proteção do Viajante e Ofícios do Comércio; Ofícios da Madeira e Jardim das Energias; Ofícios do Fogo e Ofícios do Metal e das Pedras Preciosas; Ofícios da Cerâmica e Ofícios do Couro; Ofícios da Conservação e Transformação dos Alimentos e Ofícios do Fio e do Tecido. Cada edição irá conter textos de especialistas renomados sobre os temas abordados.

Outra importante publicação gerada pelo MAO foram os anais do “Seminário de Ação Educativa: cultura e educação – parceria que faz história” realizado pelo MAO e distribuído gratuitamente para instituições culturais e bibliotecas públicas do Brasil

Atividades educativas
Implantado em março de 2006 o setor educativo já recebeu mais de 80 mil alunos em visitas orientadas às exposições temporárias e permanente. Essas visitas são gratuitas para alunos de escolas municipais, estaduais e federais, integrantes de ONG´s e alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos), que ainda recebem um lanche oferecido pelo Museu. O MAO conta com uma equipe de monitores capacitados e orientados para explorar o cenário privilegiado do acervo e estimular o desenvolvimento de conteúdos históricos, artísticos e culturais, aproximando estudantes dos objetos expostos, suas peculiaridades e contexto.

Atividades culturais
Em 2007 também foi consolidada uma importante iniciativa do MAO, a realização dos eventos artísticos Ofício da Palavra e Ofício da Música. Lançado em novembro de 2006, o Ofício da Palavra passou a ter periodicidade mensal a partir de abril de 2007. O evento promove encontros entre um renomado autor brasileiro e seu público, com o objetivo de revelar o processo criativo dos escritores, levantando discussões sobre a sua profissão e incentivando a troca de experiência. Em suas nove edições, o projeto recebeu os escritores Sérgio Sant´Anna, Marçal Aquino, Fabrício Carpinejar, Luiz Ruffato, Milton Hatoum, Cíntia Moscovich, Domingos Pellegrini e Ferreira Gullar. O encerramento do Ofício da Palavra este ano foi com a escritora mineira Adélia Prado.

O Ofício da Música oferece ao público, uma vez por mês, apresentações musicais de qualidade. As atrações são músicos e cantores, preferencialmente mineiros, que representam os mais diversos estilos, ritmos e gêneros da música produzida no Estado. Desde a primeira edição, em abril de 2007, participaram do evento a All Star Jazz Band, o Juarez Moreira Trio, o grupo de choro e MPB Regional do Branco, e os músicos Celso Adolfo, Paulinho Pedra Azul, Célio Balona, Toninho Horta e Chico Amaral. O encerramento do Ofício da Música foi com a apresentação do duo Sílvia Klein e Wagner Sander.

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